Título: ESPELHOS GÊMEOS, PEQUENO TRATADO DAS PERVERSÕES - Autor: Péricles Prade - Editora: ILUMINURAS - Tipo: novo - Ano: 2015 - Estante: Literatura Estrangeira - Peso: 157g - ISBN: 9788573214635 - Idioma: Português - Descrição: Em um remoto 1980, no posfácio de Os faróis invisíveis, quinto livro de poemas de Péricles Prade, eu citava estes versos: 'O vício é medula / de suposto sabor / A ele me devoto / [...] resistindo sempre'. Poderiam ser epígrafe de Espelhos gêmeos. Comentava: 'O vício é também per-versão e in-versão, o contrário do previsível, o solapamento do 'natural', do estabelecido e da sequência lógica do discurso', a propósito de poemas 'povoados de paradoxos, descrições de aberrações, variando desde a perversão manifesta até agressões mais sutis contra aquilo que seria a ordem 'natural' das coisas'. Citava Roland Barthes, em Par lui même: 'A Lei, a Doxa, a Ciência não querem compreender que a perversão, muito simplesmente, torna feliz, ou então, mais precisamente, produz um mais: torno-me mais sensível, mais perceptivo, mais loquaz, distraio-me mais etc., e neste mais vem situar-se a diferença (e a partir daí o Texto da vida, a vida como texto)'. E Severo Sarduy, em Escrito sobre um corpo, sobre a 'transgressão do pensamento': 'A única coisa que a burguesia não suporta, o que a 'tira dos eixos', é a ideia de que o pensamento possa pensar sobre o pensamento, de que a linguagem possa falar da linguagem, de que um autor não escreva sobre algo, mas escreva algo'. A evidente atualidade desses comentários atesta a consistência dos dezoito títulos de poesia já publicados por Péricles Prade, mais alguns inéditos e aqueles de narrativas em prosa. Mostram a unidade na diversidade. É inconfundível, mesmo alternando o poema curto, o epigrama, rigorosas disposições gráficas e formas fixas, prosas poéticas e narrativas. E, na produção recente, obras temáticas: a erótica, impressões de viagem, mitos e seus símbolos, as disciplinas e os campos do hermetismo e ocultismo. A intensidade lírica e a expressão do maravilhamento harmonizam-se com a ironia e a sátira. Seus temas e tratamentos interagem e se confundem. Principalmente, é um poeta da palavra, da leitura, da própria poesia, autor de uma grande paráfrase desta indagação vertiginosa apresentada por Octavio Paz (no ensaio Claude Lévi-Strauss ou o novo festim de Esopo): 'se a linguagem e com ela a sociedade inteira: ritos, arte, economia, religião é um sistema de signos, que significam os signos?'. Enfrentar essa questão, disse ainda o poeta e ensaísta mexicano, é abrir as portas para o 'demônio da analogia' (é o título de uma prosa poética de Mallarmé). Possuído pelo mesmo demônio, Prade nos traz o inventário de transgressões

espelhos gêmeos, pequeno tratado das perversões - péricles prade

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Título: ESPELHOS GÊMEOS, PEQUENO TRATADO DAS PERVERSÕES - Autor: Péricles Prade - Editora: ILUMINURAS - Tipo: novo - Ano: 2015 - Estante: Literatura Estrangeira - Peso: 157g - ISBN: 9788573214635 - Idioma: Português - Descrição: Em um remoto 1980, no posfácio de Os faróis invisíveis, quinto livro de poemas de Péricles Prade, eu citava estes versos: 'O vício é medula / de suposto sabor / A ele me devoto / [...] resistindo sempre'. Poderiam ser epígrafe de Espelhos gêmeos. Comentava: 'O vício é também per-versão e in-versão, o contrário do previsível, o solapamento do 'natural', do estabelecido e da sequência lógica do discurso', a propósito de poemas 'povoados de paradoxos, descrições de aberrações, variando desde a perversão manifesta até agressões mais sutis contra aquilo que seria a ordem 'natural' das coisas'. Citava Roland Barthes, em Par lui même: 'A Lei, a Doxa, a Ciência não querem compreender que a perversão, muito simplesmente, torna feliz, ou então, mais precisamente, produz um mais: torno-me mais sensível, mais perceptivo, mais loquaz, distraio-me mais etc., e neste mais vem situar-se a diferença (e a partir daí o Texto da vida, a vida como texto)'. E Severo Sarduy, em Escrito sobre um corpo, sobre a 'transgressão do pensamento': 'A única coisa que a burguesia não suporta, o que a 'tira dos eixos', é a ideia de que o pensamento possa pensar sobre o pensamento, de que a linguagem possa falar da linguagem, de que um autor não escreva sobre algo, mas escreva algo'. A evidente atualidade desses comentários atesta a consistência dos dezoito títulos de poesia já publicados por Péricles Prade, mais alguns inéditos e aqueles de narrativas em prosa. Mostram a unidade na diversidade. É inconfundível, mesmo alternando o poema curto, o epigrama, rigorosas disposições gráficas e formas fixas, prosas poéticas e narrativas. E, na produção recente, obras temáticas: a erótica, impressões de viagem, mitos e seus símbolos, as disciplinas e os campos do hermetismo e ocultismo. A intensidade lírica e a expressão do maravilhamento harmonizam-se com a ironia e a sátira. Seus temas e tratamentos interagem e se confundem. Principalmente, é um poeta da palavra, da leitura, da própria poesia, autor de uma grande paráfrase desta indagação vertiginosa apresentada por Octavio Paz (no ensaio Claude Lévi-Strauss ou o novo festim de Esopo): 'se a linguagem e com ela a sociedade inteira: ritos, arte, economia, religião é um sistema de signos, que significam os signos?'. Enfrentar essa questão, disse ainda o poeta e ensaísta mexicano, é abrir as portas para o 'demônio da analogia' (é o título de uma prosa poética de Mallarmé). Possuído pelo mesmo demônio, Prade nos traz o inventário de transgressões